segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A química da vida





A vida é uma cadeia fechada 
Uma solução mal resolvida 
Que vive saturada 

Que suga  as energias 
Tentando ficar equilibrada 
Mas o equilibro estático 
Já não vale mais nada 

Se a minha reação 
Estiver ameaçada 
Vou sofrer a combustão 
Morrendo carbonizada




Mundo alternativo




Em um lugar bem esquisito 
Eu começo a vagar 
Em um mundo alternativo 
Lugar intra-estelar 

Lá tudo é colorido 
E se escuta o cantar 
De um folk sem sentido 
Sobre almas a chorar 

Dos sentimentos esquecidos 
Começo a relembrar 
Ressentimentos escondidos 
Ficam à me atormentar 

Parnaso




Nuvens navegantes 
Levam-me à sonhar
Em noites estreladas 
No romance exemplar 

No brilhar de tanta luz 
Com a lua a transbordar 
Entre o mar de céus azules 
Que encontra-se o meu lar 

Lar tão leve quanto o vento 
Tente idealizar 
O parnaso nos relentos 
Um lugar pra descansar 

Epilepsia




Cabeça batendo 
Corpo tremendo 
Lágrimas descendo 
Entre gritos de dor 

Ser debatendo 
Dentes rangendo 
Saliva escorrendo 
Apavorador 

Pessoas correndo 
Mundo encolhendo 
Vida escurecendo 
Angustiador  

Poço dos desejos




Caindo em um poço 
Deslumbrada em um olhar 
Eu fico arrepiada 
Só de ver você passar 

Meus sentidos aguçados 
Seu sorriso a me encantar 
Sua pele é tão brilhante 
Que parece me segar 

E quando chego lá no fundo
O coração a acelerar 
É como se acabasse o mundo 
E eu nunca mais fosse lhe encontrar

4 + 2



Quatro olhos atraentes
Sempre tímidos a fitar 
Os seus olhos deprimentes 
O amor em meu olhar 

Tentei falar que eu te amo 
Tentei até me declarar 
Mas nem todo  calor  
Pode te descongelar 

Então fico aqui parada 
Contentada por fitar 
Sua alma tão largado 
Seu jeito de me encarar